Waterson põem-se alerta no mesmo instante em que seu telefone solta o primeiro toque engasgado. Já ansioso com o próximo caso que poderia estar a sua espera, retira do gancho o fone:
- Waterson, detetive particular. Em que posso lhe ser útil?
- Sir Waterson?! Bom dia! Aqui é Anna, do Departamento de Inteligência Investigativa. Tudo bem?
- Alô! Bom dia, minha cara Anna. Muito bem, só um pouco entediado para um detetive.
- O crime está te concedendo uma folga, pelo visto.
- Sim, sim. Mas preferiria que alguém decidisse desaparecer ou cometer algum crime quase perfeito.
- Quase perfeito?
- Claro. Afinal, nenhum crime perfeito deixa suspeitos, não é mesmo?
- Pelo visto a srta. Anderson tem lhe afetado com seu vício por “engenharia hawaiiana”...
- Srta. Anderson..?! Hmmm... Err... Bem...
- Oh, me desculpe Sir. Waterson. Foi mesmo um comentário infeliz de minha parte.
- Não se preocupe. Pelo jeito não consigo mais esconder minha admiração pelos olhos cor de mel da Srta. Anderson. Mas, me diga minha cara, qual o quebra-cabeça de hoje?
- Estamos com um novo caso, porém não posso lhe conceder muitas informações por aqui. Seria possível vir até o Departamento?
- Certamente. Podes adiantar alguma coisa?
- O que posso lhe garantir Sir Waterson, é que não terás mais motivos para permanecer entediado...
- Vejo que está na hora de juntar algumas pecinhas. Logo mais estarei no Departamento, minha cara. Hasta luego!
Enrolando as pontinhas de seu charmoso bigode, Waterson confere no bolso do sobretudo a existência de sua lupa e do caderno de anotações. Sherlock o acompanha preguiçosamente, chamando-o com um melódico miado.
- Nada elementar, meu caro Sherlock. Nada elementar...
Antes mesmo do próximo miado, Waterson já descia para a garagem...